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Crítica do livro Stranger Things: Cidade nas Trevas

Livro traz história única e fechada com personagens da série

Escrito por Adam Christopher e traduzido por Stephanie Fernandes, Stranger Things: Cidade nas Trevas, publicado no Brasil pela Editora Intrínseca, é uma história paralela, oficial, do mesmo universo da série e aborda dois personagens queridos pela audiência: o Detetive Hopper e a Eleven.

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Em sua primeira manhã de Natal como família, Hopper só queria passar um feriado tranquilo com sua filha, mas Eleven tem outros planos quando acha uma caixa onde está escrito “Nova York”; e então ela insiste em saber sobre o passado de Hopper, quando ele era policial na Nova York dos anos 1970 e precisou resolver um grande caso envolvendo um assassino em série.

A maior parte do livro não tem relação direta com o universo de Stranger Things, e essa é a maior decepção. A única coisa que cria uma ligação são os nomes dos personagens principais, que se fossem mudados, não faria diferença para o desenvolvimento da trama. Infelizmente tem poucos momentos do Hopper e da Eleven como pai e filha, e ainda menos momentos onde a Eleven é ativa.

Stranger Things: Cidade nas Trevas

A narrativa se parte em duas linhas do tempo: a primeira, Hopper e Eleven em segurança em sua cabana na cidade de Hawkins, onde ele conta seu passado para ela. E a segunda, no ano de 1977, quando se passa a investigação policial que é o principal foco de Stranger Things: Cidade nas Trevas.

A carga emocional da série da Netflix, as cenas gráficas e o constante medo do perigo à espreita ficaram em falta. Cidade nas Trevas é genérico e raso. Além de não se aprofundar nos temas que aborda – como traumas que os veteranos da Guerra do Vietnã sofrem, por exemplo, onde é mais falado que mostrado – também não fica claro a qual público tem como alvo, pois diversas vezes tem diálogos e passagens inocentes demais para o teor que a história pede.

Os personagens e os cenários são muito bem descritos e isso contou bastante para proporcionar uma melhor imersão na história e entender o cenário de uma Nova York caótica. Mas depois esses elementos se tornam cansativos e repetitivos quando o autor faz questão de descrever cada detalhe de cada novo personagem que aparece, de cada veículo que é usado e de cada sala que é utilizada. São tantos detalhes expostos que, quando algum é realmente importante para a história, fica difícil perceber ou lembrar.

Outro ponto fraco é o suspense que a narrativa tenta insinuar, mas que é perdido completamente quando o final dos principais envolvidos é revelado antes da metade do livro. E a partir disso, o senso de urgência para saber como termina a investigação deixa de existir.

O Cidade nas Trevas não é nem uma boa história Stranger Things e nem uma história policial surpreendente. Pode auxiliar aos fãs a matar a saudade do Detetive Hopper depois do final da 3ª temporada, e a conhecer melhor os seus princípios. Assim como ter um pouco de acesso às suas memórias de quando ele era casado e tinha a sua filha Sara. Mas é algo tão pouco explorado que também decepciona.

Beatriz Figueiredo

Meu nome é Beatriz, sou gastrônoma e estudante de Letras. No meio dessas duas formações, um dos meus hobbies preferido é ir ao cinema. Procuro frequentemente melhorar a minha compreensão sobre a sétima arte, para escrever aqui os meus dois centavos sobre o assunto.

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