PS4ReviewsXbox One

Review: Destiny

Os gráficos estão impecáveis, e tiram bom proveito do poder da nova geração

O game Destiny chegou com a proposta de renovar os jogos de tiro com multiplayer, incluindo elementos de MMO e RPG. Entretanto, os desenvolvedores da Bungie miraram onde queriam e acertaram o que não viram, ao criarem um jogo fantástico em termos de cenário, jogabilidade e trilha sonora, mas que falha miseravelmente no aspecto social e na história fraca e muito curta.

Veja também: Conheça dez curiosidades sobre Destiny que você não fazia ideia

Diversos reviews de sites especializados acusam o jogo de ser repetitivo, e sob certa perspectiva, é mesmo. Como o modo história termina rapidamente, cabe ao jogador voltar nas fases já jogadas para enfrentar os desafios avulsos, chamados “Assaltos”, contra personagens mais difíceis. Sim, essa é uma forma artificial de aumentar o fator replay do jogo e sua longevidade.

Destiny

Porém, não consigo apontar este como o pior do jogo. Para mim, o aspecto mais falho é a parte social. O game possui ferramentas para formar esquadrões facilmente e jogar de forma cooperativa tanto o modo história, quanto os tais Assaltos. Porém, fica nisso.

Não é possível, por exemplo, se comunicar com outros jogadores dentro do jogo, nem por texto e nem por voz. Tudo bem que a própria Bungie confirmou que adicionará este recurso em breve, entretanto, estou escrevendo o review em cima do que eu joguei, não de promessas. Além disso, não é possível trocar ou vender itens entre os jogadores, e algumas vezes o jogador poderá receber como prêmio um item de pertence a sua classe.

História dispersa e confusa

A história apresenta peculiaridades interessantes e acerta ao manter o mistério sobre a origem do Viajante e outras questões. Ela ajuda a criar um bom clima, mas é tão medíocre e curta que não faz com que os jogadores se importem. Não há reviravoltas, traidores e nenhuma profundidade ou sentimento. Elementos que são muito bem vindos em uma boa história de RPG.

Destiny

Além disso, as missões que fazem parte da história, não precisam ser jogadas de forma linear. Isso poderia ser um ponto positivo, por deixar o jogador solto. Mas do jeito que foi executado, e com tantas missões secundárias para fazer, o jogador acaba se perdendo e se importanto menos ainda com a história.

Estabelecer facções e mostrá-las na Torre é um elemento interessante da narrativa, mas, elas são mostradas de forma muito rasa e quase não existe diferença entre elas. Para saber mais sobre estes personagens e grupos, é necessário entrar no site da Bungie e ler as cartas do grimório, aquelas que você recebe durante o jogo inteiro.

Aliás, Destiny apresenta muitos elementos que controem o mundo do jogo, que não são aproveitadas na história, ou são usadas muito pouco, como em pequenas missões chamadas “Patrulha” em cada planeta. Se o jogo tem a proposta de ter elementos de RPG, toda essa ambientação é importante, mas poderiam ter trabalhado melhor.

Destiny e a Câmara de Cristal

Diversos elementos estranhos que os jogadores acham durante a batalha, “dropado” pelos inimigos ou achado em baús, não são explicados por si só, criando grande confusão na cabeça dos jogadores. Será comum você ter o inventário cheio de produtos e itens que não fará a mínima ideia para que serve, e que só farão diferença mesmo no nível 20.

Outro exemplo, é a diferença entre Marcas da Vanguarda (ou Crisol) e Reputação da Vanguarda. Poderiam usar nome diferentes, pois são coisas diferentes, e isso confunde muitos os jogadores. Tudo é muito mal explicado e fará o jogador ficar perdido e tendo que recorrer ao Google regularmente.

Gráficos espetaculares

Os gráficos estão impecáveis, e tiram bom proveito do poder de processamento da nova geração. Isso ajudou aos desenvolvedores criarem cenários deslumbrantes, de cair o queixo mesmo, do início ao fim. Será comum você parar para observar e admirar o mundo a sua volta, enquanto é surpreendido e toma dano de alguma criatura.

Destiny - O Andarilho

Trilha sonora fantástica

A trilha sonora é um caso a parte do jogo, sendo um dos elementos de maior destaque. Totalmente instrumental, ajuda em muito a compor o ambiente e facilita a imersão dos jogadores neste mundo de ficção científica com a personalidade de um épico. É impressionante como a música combina com a batalha, no momento certo.

O som ambiente também foi muito bem construído, desde o barulho das motos até cada arma com sua característica própria, passando pelo som emitido pelas diversas raças de alienígenas presentes no jogo. Claro, quem jogou qualquer título da série Halo, sabe da competência do estúdio neste quesito.

Jogabilidade fluida e divertida

O game acerta em cheio ao disponibilizar um arsenal vasto, com armas características para cada tipo de desafio e monstro que irá enfrentar no jogo. Portanto, por mais que o jogador tenha a sua arma de preferência, é recomendável que ele carregue um modelo de cada tipo disponível. Alguns vilões exigem um tipo de dano que será mais fácil de aplicado com uma arma do que com outra.

Encontrar a arma certa, fazer upgrades em cada uma, escolher o tipo de mira mais adequado, e treinar usando ela, é uma das partes mais divertidas do jogo. Quando você encontra a arma certa para cada situação, tudo fica mais fácil.

Destiny

Um fato negativo a ser destacado é que o game apresenta apenas uma forma de locomoção pelo cenário, aquela moto voadora que lembra muito Star Wars. E mesmo na hora de comprar, só existe um novo modelo disponível. Será que resolverão isso em alguma expansão?

Um aspecto interessante é como o jogo muda a sua dinâmica quando o jogador chega ao nível 20, pois este é o último em que ele evolui somando pontos de experiência conquistados em batalhas. A partir de então, o jogador deverá encontrar partes de armaduras que possuam elemento Luz, substância central na trama do jogo e o que faz o Viajante ser tão poderoso. A soma da quantidade de Luz em cada peça de armadura é que fará encher a barra de progesso para o próximo nível.

Isso além de chacoalhar o status quo do jogo até o momento, e tirar o jogador da mesmice, ajuda a reforça os elementos do roteiro, que apontam a Luz como responsável por toda a prosperidade e benfeitorias que a humanidade recebe no momento, e que ajuda a dar força aos Guardiões.

Players vs player

O PvP do jogo, chamado de Crisol, não apresenta nenhum elemento novo, e fica muito atrás em termos de qualidade de outros jogos como Titanfall, que é primoroso nesse sentido. Sei que é uma covardia essa comparação, uma vez que o jogo da EA foi criado apenas para isso. De interessante, está o fato deles terem criado um argumento sólido, mesclado à história do jogo, para fazer os jogadores se enfrentarem.

Todos esses elementos descritos acima fazem de Destiny um jogo extremamente divertido. Mesmo sendo repetitivo, você se sente compelido a jogar e jogar, mais e mais, sempre em busca do aprimoramento do seu personagem, na esperança de subir de nível para ganhar o direito de enfrentar desafios maiores. Mesmo que estes desafios estejam em fases por onde já passou.

Destiny

Nota do crítico - 9

9

excelente

O jogo traz uma nova proposta de mundo aberto, excelente dinâmica de coop e vários motivos para replay.

User Rating: Be the first one !

Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo