Review: Wasteland 3

O Wasteland 3 é um jogo de RPG estilo tático, por turnos, que traz uma mecânica bem tradicional em jogos de PC. Porém, o game lançado em agosto de 2020 pela Deep Silver também está disponível para PS4, Xbox One, Linux e Mac OS. Confira abaixo o review completo.

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Em um Estados Unidos pós-apocalíptico, pequenos grupos entram em guerra pela disputa territorial. Como não há um governo central atuante, milícias e facções independentes tentam proteger as poucas cidades ainda civilizadas contra bandoleiros e assassinos que rondam a região.

A soma de comércio precário, violência, falta de moradia e alimentação escassa é a receita para surgir tiranos e falsos líderes, um dos temas abordados no jogo. Neste escopo, o jogador deve montar a sua equipe de especialistas e viajar pelas cidades em busca de missões que envolvam libertar cidadãos, capturar criminosos, entre outras tarefas de guerra.

O primeiro contato com o jogo não é dos mais empolgantes. É o típo de game que você tem que insistir para gostar, romper aquela barreira inicial. A HUD principal é confusa e traz muitas opções aparentes, o que pode atrapalhar à primeira vista e desorientar quem está começando.

Os comandos, que não são nada intuitivos, são aqueles que você vai usar durante todo o jogo para determinar as ações dos personagens, escolher as armas e outras opções. Até por isso, com um pouco de insistência, você acabará se acostumando e apreciando o gameplay. De qualquer modo, diria que não é um jogo para principiante.

Sarcástico e violento, também não é um jogo que eu recomendaria para o público mais novo. Para se ter uma ideia, a classificação indicativa no Brasil é de 18 anos, e quando você joga, compreende que não é à toa.

Senti falta de um melhor polimento gráfico em Wasteland 3, pois até parece que esqueceram algumas texturas dos personagens do jogo. Os cenários, ao contrário, são até bem detalhados e diversos. Os desenvolvedores não se preocuparam em gravar cenas em CG, e todos os diálogos são, explicações e transições são feitas in-game, em uma clara medida para economizar nos custos. Parece um jogo do começo dos anos 2000.

Apesar de ter um enredo longo e bem trabalhado, foi difícil me importar com a história de uma forma geral, recheada de muita loucura e bizarrice desnecessária. O que me prendeu no jogo foi estritamente do gameplay, que depois que passa aquela dificuldade inicial, diverte muito.

Alguns outros pontos negativos de Wasteland 3 incluem uma câmera muito fechada, que atrapalha a movimentação pela cidade, e uma navegação nada intuitiva, que dificulta encontrar o local da próxima missão. Além disso, para completar, a trilha sonora é sem graça e repetitiva.

Por outro lado, o sistema de looting e compartilhamento de itens entre os membros é interessante e eficaz. É fácil manter esse gerenciamento de armas, armaduras e provisões, e trocar entre os personagens após as batalhas. A árvore de habilidades e a distribuição de pontos neste sentido, também funciona muito bem.

Outro ponto interessante do aspecto de RPG do game são as decisões morais que o jogador deverá tomar pelo caminho, como prender um traidor ou deixar que outro membro da equipe faça justiça com as próprias mãos. Essas escolhas terão consequências no resto da história.

Se você leu o texto até agora pode perceber que os pontos negativos destacados por mim superam os positivos. Claro que muitos tópicos entram na área do gosto pessoal e deve ser interpretado como tal antes que você descarte totalmente Wasteland 3. Consigo ver qualidades na jogabilidade, sistema de looting e de armas do jogo, por exemplo.