Review: Unto the End

O Unto the End é um jogo de ação e aventura 2D desenvolvido pela 2 Ton Studios (criado pelo casal Stephen e Sara) que está disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch, além do serviço Google Stadia. Apesar de ser um jogo focado em sua mecânica de combate, e suas variações, ele também tem um pouco de metroidvania.

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A grande pegada do jogo é que ele pode ser difícil, porém, justo. Unto the End é um game que não leva o jogador na mão, ele exige uma atenção maior ao ambiente e aos detalhes em tela. Precisamos dominar as técnicas de combate para obter sucesso. O personagem principal já tem todas as habilidades desde o começo.

Os gráficos aparentemente simples, feitos com desenhos à mão com poucas nuances e cores, são de uma sutileza ímpar, ao mesmo tempo que são ricos ao contar essa trama. Se já vimos esse artifício em jogos como Limbo, Inside e outros, fico feliz em dizer que não trata-se de “mais do mesmo”, pois Unto the End tem personalidade própria.

Tais desenhos transbordam emoção ao mostrar este homem perdido, cansado, em busca de um meio para reencontrar a sua família. Os poucos pixels na tela, as vezes pequenos brilhos e contrastes de luz e sombra, são tudo o que você precisa para embarcar nesta aventura de sobrevivência.

Propositalmente, não há qualquer opção de HUD na tela do jogo, pois todas as informações são muito sutis em Unto the End. Para saber se o personagem está mal e precisando e curativos, é preciso observar se a sua roupa está suja de sangue, por exemplo. Sua respiração também indica se ele está cansado ou não.

Os objetos no cenário não dão qualquer indicação direta do seu uso, e cabe ao jogador explorar, entender o contexto e aprender como ele funciona, seja uma corrente, uma alavanca ou uma fogueira. Com o tempo, é possível pegar a manha, porém, nos primeiros passos, o importante é entender o que é composição de cenário e o que é item de interação.

Da mesma forma, é difícil encontrar os elementos úteis. Um corpo um pouco escondido pela neve, ou simples gravetos, podem esconder um loot para o nosso personagem. O jeito é explorar e prestar sempre atenção aos detalhes. As vezes você vai cair e não vai perceber que deixou a sua espada para trás, para depois procurar e encontrá-la escondida atrás de uma pedra ou na sombra do cenário.

Apesar o jogo ser 2D, não é tão óbvio encontrar certos caminhos para seguir em frente, e isso é um ponto positivo do jogo.

O game Unto the End possui uma trilha sonora incômoda, que favorece o clima opressivo. O som de caminhada do protagonista, aliado a sua respiração ofegante, e o ambiente em si, ajudam a compor e tensão que fica no ar quase o tempo todo. A sensação de medo é palpável.

O Unto the End é um jogo perfeito para quem gosta de um bom desafio, inteligente, que respeita o jogador. Por outro lado, ele também deve ser muito apreciado por quem encara o videogame com arte. Neste quesito, o trabalho deste título tem poucos concorrentes por aí. Vale a pena cada centavo investido.