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Crítica: Um Dia para Viver

Filme tem Ethan Hawk no papel principal

Depois de John Whick se tornar esse novo sucesso, e arrecadado muitos fãs, não é surpresa que surgiriam filmes na busca de replicar a fórmula. Como no caso de Um Dia Para Viver (24 Hours to Live) onde Ethan Hawke interpreta Travis Conrad, que teve a família assassinada enquanto trabalhava para Montanha Vermelha, uma agência internacional de mercenários.

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Ethan abraça a forma de um personagem amargurado e arrependido, com a consciência de ter feito muita coisa imperdoável durante a vida, e não tem muito mais o que esperar dela. Quando é chamado para um último trabalho, por seu amigo fiel, Jim Morrow (Paul Anderson), da mesma agência, Travis hesita mas acaba aceitando. Ele tem que matar um ex-mercenário que está prestes a delatar tudo sobre a Montanha Vermelha para a ONU, e também a agente da Interpol que está cuidando da sua segurança, Lin Bisset (Qing Xu).

Durante a missão, Travis é baleado e acaba morrendo, mas é trazido de volta – graças a um experimento que a agência dele vem testando, para dar informações sobre os seus alvos. Mas, ele só tem 24 horas para viver antes de morrer novamente. Nisso ele enxerga uma segunda chance para ter então a sua redenção.

Um Dia para Viver

Com um relógio subcutâneo no braço mostrando o tempo que resta para essas horas acabarem, se espera urgência da narrativa nas ações dos personagens (em O Preço do Amanhã souberam aproveitar bem a mesma linguagem), mas não é isso o que é mostrado. Para alguém que tem tantos assuntos para resolver, vemos um protagonista até mesmo lento.

O longa é repleto de furos, como, por exemplo, uma agente da Interpol que em momento algum se comunica com a sua agência, ou com algum colega quando é necessário. Isso também pode ser visto em diversas outras ocasiões cruciais, como quando revela informações pessoais para um completo estranho.

O experimento médico aparece e desaparece na narração sem critério algum, fazendo com que seja nada crível e somente uma desculpa mal utilizada. A tentativa de fazer com que o espectador se importe com o protagonista através de flashbacks misturados com reflexões morais, funciona, mas acaba se tornando repetitiva.

Um Dia para Viver

O grande vilão do filme, vivido por Liam Cunnighan, tem pouco desenvolvimento e tempo de tela. Isso impossibilita que ele seja percebido como peça importante na trama. Por outro lado, o roteiro coloca uma carga dramática para o ator Paul Anderson que parece não ser capaz de entregar, principalmente quando um segredo sombrio é revelado.

Felizmente, as cenas de tiros são boas e certeiras; o filme conta com uma boa perseguição de carros, bem coreografada e planos abertos bonitos logo na primeira sequência. E apesar de comentários estereotipados sobre alguns países, a narrativa não comete o mesmo erro com a personagem feminina, dando a ela diálogos, cenas solo e agilidade na ação. Mas o sentimento que fica é apenas um filme de ação vazio, que poderia ser melhor aproveitado.

Beatriz Figueiredo

Meu nome é Beatriz, sou gastrônoma e estudante de Letras. No meio dessas duas formações, um dos meus hobbies preferido é ir ao cinema. Procuro frequentemente melhorar a minha compreensão sobre a sétima arte, para escrever aqui os meus dois centavos sobre o assunto.

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