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Crítica do filme Tolkien

Obra tem lado poético e mostra a juventude do renomado autor

Tolkien mostra a juventude do escritor J. R. R. Tolkien de forma sensível e poética. O criador de Hobbit e Senhor dos Anéis é apresentado como um sonhador, um ícone quase sem defeitos, e isso não é um demérito. A força do longa está justamente em como ele cativa e aquece o coração da audiência.

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Antes que você possa de decepcionar no cinema, é preciso deixar claro que o filme não acompanha o processo criativo do autor ao escrever as suas maiores obras. Aqui, vemos a trajetória do Tolkien (Nicholas Hoult) da infância até o começo da fase adulta, com foco no desenvolvimento do seu amor por Edith Bratt (Lily Collins), o valor pelas fortes amizades e o crescente interesse por criar idiomas.

São essas escolhas de roteiro, e a forma como tudo isso é apresentado, que dá o tom e a beleza desse filme. Principalmente no aspecto romântico, mostrado de forma sem parecer piegas. Aliás, pelo contrário, as relações interpessoais são construídas de forma singela, aproveitando do talento dos dois protagonistas.

A direção de arte de Tolkien é fascinante, quando mescla cenas de “O Senhor dos Aneis” (não o filme, mas o conceito de universo) com a vida real do autor, principalmente na passagem pela Primeira Guerra. Desta forma, podemos entender os horrores que ele viu nesse conflito covarde e sangrento e como isso influenciou na sua obra, que é parte da sua biografia.

Tolkien

A trilha sonora é sutil e ajuda a compor o lirismo de várias cenas. De uma forma geral, o filme é mais contemplativo e introspectivo, mas sem ser chato em nenhum momento. Sem dúvida, a produção acertou no tom e no ritmo, mesmo que possa ser considerado lento em alguns momentos.

Tolkien é distribuído pela Fox Film e conta com a direção de Dome Karukoski, que tem muitos curtas em seu currículo. O roteiro foi escrito por David Gleeson e Stephen Beresford. No Brasil, o filme estreia nos cinemas no dia 23 de maio e vai enfrentar a concorrência de Aladdin, da Disney.

Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

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