Filmes como Aquaman e Shazam me fazem pensar que a DC/Warner assumiu um compromisso público de fazer somente filmes divertidos e sorridentes, desde o controverso Batman vs Superman e o confuso Liga da Justiça, a Warner vem estabelcendo a fórmula “filme para a família toda”.
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Shazam acerta em várias frentes. Primeiro, por não se levar a sério e não ter medo de expor o quão ridículo é um homem adulto de roupa colorida andando pelas ruas de uma grande cidade. Segundo, por trabalhar para tentar agradar tanto aos fãs de quadrinhos quanto ao público geral de cinema.
De fato, para quem se importa com essas minúcias, o filme respeita o universo do herói e seus personagens nos quadrinhos atuais, com aquele “status quo” estabelecido após a reformulação dos “Novos 52”. Entretanto, ele não deixa a audiência global perdida.
Apesar de fazer referências a todos os filmes recentes da DC, e tratar tudo com muito bom humor, é preciso ser dito, Shazam é contido em si próprio e não precisa de nada do que foi lançado anteriormente para entendê-lo. Lembra que eu falei em acertos? Fazer filmes isolados de seus personagens é um deles, sem precisar ficar atrelado a todo um universo bagunçado e, até certo ponto, fracassado.
Shazam é uma comédia de ação bem produzida, que não apresenta nada de novo para a cinematografia, mas pega vários clichês e trabalha-os de forma caprichada. É verdade também que há alguns escorregões nos efeitos visuais.
Os personagens do núcleo infantil roubam a cena, cada um com a sua personalidade e um tempo perfeito de comédia. No comando disso tudo, estão os ótimos atores Zachary Levi e Asher Angel, que interpretam Shazam e Billy Batson, respectivamente.
O ponto fraco acaba sendo o vilão Dr. Silvana, não por causa do excelente Mark Strong, mas eu não consigo comprar a ideia de um antagonista bidimensional, com uma motivação tão fraca, mesmo para um filme quase infantil como esse.
Senti falta de uma trilha sonora épica, marcante, daquelas que ficam na nossa cabeça quando saímos do cinema. Porém, é preciso ser dito que as escolhas musicais foram ótimas para manter o clima leve que Shazam se propõe a entregar.
Apesar do tom infantil e de ter um protagonista bobo e brincalhão, Shazam apresenta uma mensagem muito tocante, valorizado o trabalho de famílias adotivas que se doam por completo para criar um lar e receber com muito amor crianças abandonadas ou órfãs, não importa as suas idades. Momentos de emoção também não faltam na película.
Além dos que foram citados, Shazam também conta no elenco com Djimon Hounsou (como o mago Shazam), Jack Dylan Grazer (Freddy Freeman), John Glover (como o pai do Silvana), Cooper Andrews (Victor Vasquez) e Marta Milans (Rosa Vasquez). A direção é de David F. Sandberg. O filme estreia no Brasil nesta quinta-feira (4).
