Review: Monster Hunter World

O game Monster Hunter World pegou a premissa da série, que os fãs da Nintendo estão acostumados, e elevou para outro patamar. Sem dúvida, a Capcom fez um excelente trabalho ao trazer todo este imenso universo de monstros e caçadores para o Xbox One e PS4, mas falha ao tentar atrair novos jogadores.

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O jogo tem um enredo muito interessante e um objetivo simples, mas se perde em um menu confuso e por oferecer uma série de missões que não parecem ter contexto. Em certos momentos, quando você está fora da base, é realmente complicado de entender o que precisa ser feito em seguida, devido a grande quantidade de mensagens que aparecem na tela. Principalmente os tutoriais que aparecem a todo o momento, o que indica que o game é mais complicado do que deveria ser.

O Monster Hunter World começa com a criação do seu personagem, com uma ferramenta bem satisfatória, e do seu Amigato, o companheiro de aventuras. Em seguida, uma rápida cutscene te apresenta quais são os protagonistas da história, no navio que está levando esses caçadores para o novo mundo.

Ao chegar perto do continente, o seu navio é atacado por algo misterioso e isso coloca o jogador em uma sequência de ação que serve para mostrar como este mundo é perigoso. Rapidamente, algumas das perigosas criaturas são apresentadas, bem como o ambiente e a mitologia dessa força de exploração da qual o seu personagem faz parte.

Toda a trama gira em torno de encontrar e caçar o Zorah Magdaros, um enorme dragão, do tamanho de uma montanha, que cospe magma. Ele é tão poderoso e grande, que consegue influenciar sozinho todo o ecossistema do continente e, ainda, no comportamento de outras criaturas.

Como pode ser visto, com esses poucos elementos que contei aqui sem dar spoiler, a Capcom fez um excelente trabalho narrativo em Monster Hunter World, com uma mitologia toda própria e diversas informações que vão deixar o jogador interessado na história, com vontade de explorar o novo mundo e, no meu caso, conhecer mais ainda sobre esta organização que viaja e coloniza esses locais ermos.

As batalhas são épicas, cansativas (isso não é um defeito) e exigem não só da habilidade do jogador, mas também de sua capacidade de traçar estratégias para derrotar cada monstro, utilizando o cenário e até mesmo a presença de outros seres dóceis da natureza.

Claro, cada tipo de arma terá um papel fundamental em cada uma dessas estratégias de combate. Entender como elas funcionam, e como elas podem ferir cada tipo de criatura, faz parte do aprendizado, e isso demanda tempo do jogador, o que aumenta bastante o fator replay.

Monster Hunter World possui uma grande variedade de armas, com 14 opções diferentes e suas evoluções. Além de fazer a todos os estilos de jogadores, essas armas fogem do comum e trazem mais uma elemento estratégico de combate. Você pode optar por uma martelo gigante e lento, usar duas espadas, ou espada e escudo por exemplo, que dará mais velocidade e chance de defesa.

Alguns covis terão que ser visitados algumas vezes, até você aprender a melhor forma de derrotar o monstro que lá habita. É necessário saber qual a armadura é mais indicada para se proteger da criatura que vai enfrentar, estudar seus padrões de movimentos e ataques, e saber preparar as armadilhas certas. Resumindo, cada luta é uma preparação diferente.

O cenário é grande, mas setorizado. Eu realmente imaginava que veria algo bem maior, com certa liberdade de exploração. Apesar de ser um mundo aberto, você não tem a sensação de estar em um local amplo, mas enclausurado em um microambiente, recheado de monstros de todos os tipos, que parecem jogador aleatoriamente.

Por outro lado, há também uma vegetação vasta e muitos itens para serem coletados. Um prato cheio para quem curte este tipo de exploração. Afinal, o game não é só combate, e tem muitas missões secundárias de pura exploração científica, para ajudar certos NPCs a entenderem o bioma e suas reações a presença de Zorah Magdaros.

O Monster Hunter World, mesmo que seja o mais ocidentalizado da série, ainda não é um game que vai agradar a todo mundo. Tenha em mente que você gastará muito tempo em inventários, gerenciando poções, colhendo plantinhas e evoluindo pouco a pouco seu personagem. As batalhas épicas e a surpresa de encontrar monstros cada vez mais bizarros valem o sacrifício, mas você tem que se perguntar se esse estilo de RPG é o seu tipo de jogo antes de comprá-lo.

Vale lembrar também que o game está disponível até agora somente para PS4 e Xbox One, e versão de PC chegará ao Steam somente no terceiro trimestre de 2018. De acordo com o produtor Ryozo Tsujimoto disse na época, “Monster Hunter World está sendo otimizado para PC atualmente e tem lançamento planejado para o outono de 2018!”.