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Crítica: Jogador Nº1

Tente ver em uma tela IMAX, vai por mim

Por mais que você tenha visto o trailer de Jogador Nº1, e saiba que o filme é um festival de referências à cultura pop, você não estará preparado para ver o que vai aparecer na tela. Um dos aspectos mais deliciosos e recompensadores do filme é tentar identificar esses personagens e símbolos, das maiores franquias do cinema e dos games.

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O longa não se define apenas por isso, ele também entrega diversão genuína, tem cenas de ação incríveis, ideias inovadoras e ainda traz uma mensagem muito importante para os jovens. Um filme para ver, rever e anotar todas as referências.

O Jogador Nº1 é de uma pureza ímpar, daquele tipo que abraça a fantasia com firmeza e rompe totalmente com a realidade. Deste modo, a história se contradiz no momento em que a mensagem central justamente incentiva você a valorizar as suas relações pessoais no mundo real, mas quando problemas grandes acontecem, não conseguimos perceber consequências concretas.

Apesar de ser um mundo distópico, onde as pessoas são tão ferradas que precisam viver em um mundo virtual, os protagonistas não passam por situações de terror e perigo real como outras produções tipo Jogos Vorazes e Maze Runner. O longa faz questões de te lembrar o tempo todo que trata-se de uma produção infanto-juvenil, puxando bastante para a primeira parte.

Jogador Nº1

Portanto, se você é do tipo que se incomoda com estes aspectos, este não é um filme para você. Pense em um filme de Sessão da Tarde com jovens resolvendo os problemas dos adultos apenas jogando videogame e você terá uma pequena ideia do que esperar. Porém, novamente, o Jogador Nº1 é muito mais que isso. A começar pela altíssima qualidade técnica, em todos os quesitos.

Quando embarquei na proposta, o filme me proporcionou duas boas horas de entretenimento puro. Se você já passou dos 30 e se considera um nerd, vai aproveitar mais ainda, pescando todas as referências de músicas, filmes e games antigos dos anos 80 e 90. Porém, para não deixar nenhuma geração perdida, diversos personagens atuais aparecem como a Tracer do Overwatch, por exemplo.

Vale ressaltar também que todos os personagens são fantásticos, com perfis distintos e diversos. Destaque principalmente para o ator Ben Mendelsohn, que faz um vilão sem escrúpulos, com um objetivo muito bem definido e palpável, cheio de trejeitos, mas sem ficar caricato.

Jogador Nº1

O Jogador Nº1 diverte com uma montanha-russa visual de tirar o fôlego, trazendo um mundo virtual jamais visto em nenhuma mídia. Ao mesmo tempo complexo e inovador, ele traz diversas referências de jogos reais que jogamos online todos os dias. Como a compra de itens mágicos com moedas do jogo (que podem ser comprados também com dinheiro real). Um aspecto muito bem trabalhado para a narrativa.

Apesar disso tudo, os personagens passam por situações tão patéticas, que com poucos minutos de projeção você já está se questionando se quer realmente continuar passando tanto tempo online, se dedicando tanto aos jogos que não vão trazer nenhum benefício duradouro, a não ser aquela diversão monentânea. E quando os servidores forem desligados? Valeu a pena? Acho que esse questionamento é o maior legado de Jogador Nº1.

Além de Tye Sheridan, que faz o protagonista Wade Watts, o elenco conta também com Olivia Cooke (Samatha Evelyn), Ben Mendelsohn (Nolan Sorrento), Simon Pegg (Ogden Morrow), Mark Rylance (James Donovan Halliday), T.J. Miller (i-R0k), Hannah John-Kamen (F’Nale Zandor) e Simone Kirby (Loretta). O longa estreia em 29 de março no Brasil.

Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

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