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Crítica do filme Ad Astra: Rumo às Estrelas

Longa estreia nos cinemas em 26 de setembro

O filme Ad Astra: Rumo às Estrelas, distribuído pela Fox Films do Brasil, surpreende por trazer uma história pessoal e intimista a partir de uma premissa global. A humanidade está em risco, mas Roy McBride (Brad Pitt) vai atravessar o sistema solar em uma viagem contemplativa e, até certo ponto, filosófica.

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A história se passa em um futuro próximo da Terra e se desvincula da realidade para relevar algumas facetas da viagem no espaço. Até por isso, a agência espacial do filme não é a Nasa, e sim a fictícia Spacecomm, que demonstra ter uma agenda militar e científica. Essas duas decisões de roteiro deixam o longa livre para trazer uma atmosfera inédita, livre de amarras.

Não há contexto político, nem implicações financeiras. Não sabemos sequer em que ano estamos e o quanto a humanidade evoluiu em outros aspectos. Isso não é ruim, pois essas informações se mostraram desnecessárias para o contexto e a mensagem final. Quando vou assistir a um filme, geralmente não quero respostas para perguntas que eu não fiz, e Ad Astra valoriza a inteligência do espectador neste sentido.

Ad Astra: Rumo às Estrelas

Ad Astra: Rumo às Estrelas tem uma estética incrível, com cenas que parecem obras de arte. É notória a influência de Stanley Kubrick em muitas tomadas do diretor James Gray (Z: A cidade perdida), com linhas retas, planos longos, e ângulos e cores saturadas que valorizam o aspecto visual, sem atrapalhar a narrativa.

A trilha sonora ajuda a destacar mais ainda esses aspectos, valorizando a contemplação escrita no primeiro parágrafo, a imersão, e também oferecendo um ar de serenidade, dando o tom dos momentos de solidão do protagonista.

Ao mesmo tempo que Ad Astra te conquista pelo mistério, e te prende até a cena final, ele te deixa desconfortável em algumas situações, mas isso não é ruim. O espectador consegue sofrer e se incomodar com as fases de introversão e angústia de McBride. Méritos para James Gray.

Ad Astra: Rumo às Estrelas

Não posso terminar este texto sem destacar a incrível atuação de Brad Pitt, sereno quando necessário e emotivo quando é exigido, sem parecer caricato ou escandaloso, bem de acordo com o estilo militar do seu personagem.

Ad Astra: Rumo às Estrelas é uma ficção científica que usa a exploração espacial e o mistério para contar uma história pessoal, simples até, com aspectos que podem ser reconhecidos em qualquer família. No final, a mensagem é bem clara e não dá margens a interpretação. Algo que poderia ser incômodo, mas que no contexto deste filme, funciona como um desfecho perfeito para a jornada do protagonista.

Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

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