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Crítica: John Wick: Um novo dia para matar

O segundo filme tem a mesma estrutura do primeiro, mas amplia tudo

Quando assisti “De volta ao jogo”, o que mais me impressionou foi o trabalho que tiveram de escrever toda uma mitologia do submundo do crime apenas para contar uma história banal de vingança. Porém, esse é o charme do primeiro filme, e era isso que eu queria ver abordado mais profundamente em John Wick: Um novo dia para matar. E eles entregaram, elevando a um patamar que eu não estava aguardando.

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O segundo filme tem a mesma estrutura do primeiro. Ainda vemos um cara querendo se aposentar e sendo arrastado contra a sua vontade para um turbilhão de mortes. Assim como em “De volta ao jogo”, as regras que os assassinos seguem, o lance da moeda, a questão do hotel Continental, e todos esses fatores, servem apenas para movimentar a trama e justificar algumas resoluções de roteiro. Nunca se torna uma parte real da história, pois tudo é centrado novamente em John Wick e mais uma vingança.

Entretanto, isso não é ruim, e o filme é divertido da mesma forma. Afinal, essa é a proposta desde o começo, mas de fato, não era o que eu imaginava para a sequência da série. Eu esperava que John Wick estivesse realmente de volta ao jogo, pegando novos contratos e ampliando cada vez mais aquela mitologia.

John Wick: Um novo dia para matar

John Wick: Um novo dia para matar é um filme de ação competente, com cenas muito bem dirigidas. Apesar de frenético, você entende tudo que está acontecendo em tela. A coreografia das cenas de luta e tiroteio, por mais fantástica e irreal que sejam, ainda passam a sensação de que cada movimento tem seu objetivo, tudo é feito para eliminar o inimigo de forma mais rápida e eficiente possível. Isso dá uma fluidez incrível, que não se vê em nenhum outro filme de ação.

Todos que cruzam o caminho de John Wick acabam mortos. Ele é uma lenda, e isso é um fato que você já deve saber. Todas as pessoas por onde ele passa o conhecem, mesmo em outro continente. Assim como no primeiro filme, seu nome é repetido à exaustão para reforçar este mito.

John Wick: Um novo dia para matar

O filme carrega o seu nome, a trama é centrada nele. Porém, diferente do anterior, aqui, mesmo os assassinos descartáveis possuem um perfil melhor definido. Com poucos minutos de cena, sem falar muito, demonstram mais personalidade nas cenas de ação do que aqueles do longa anterior.

John Wick: Um novo dia para matar é um filme feito inteiramente para quem gostou do primeiro. Se este não for o seu caso, nem adianta ir ao cinema. Ele é mais grandioso, exagerado, e tem um pouco mais de alívio cômico, temperando o filme na medida certa. E mesmo sem dar spoiler, posso dizer que o longa termina com um enorme gancho para o terceiro filme, que já estou empolgado para ver.

Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

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