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Crítica do filme Star Trek: Sem Fronteiras

Filme traz uma trama curta e isolada de sobrevivência

Sou um fã antigo de Star Trek que consegue apreciar o formato das séries e os novos filmes rebootados por J.J. Abrams, sem nenhum problema. São propostas totalmente diferentes, eu sei. Mas ambas me divertem e me emocionam. Star Trek: Sem Fronteiras consegue cumprir bem o seu papel. Respeita o mito e garante duas boas horas de entretenimento.

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Mais uma vez, e como sempre, o 3D estragou parte da experiência. Certo que a edição final deixou o longa mais escuro do que deveria em algumas cenas, e aqueles malditos óculos só pioraram a situação. Em alguns momentos, era preciso retirar os óculos e apertar os olhos para entender o que estava acontecendo. Sorte que a maior parte foi filmada de dia.

Star Trek: Sem Fronteiras é um filme muito mais contido do que os anteriores. Toda a trama se passa em apenas três localidades, e isso inclui a nave U.S.S. Enterprise. Assim que o filme estava rumando para o seu final, isso me deixou um pouco frustrado, pois eu esperava ver mais planetas, mais civilizações.

Star Trek: Sem Fronteiras

Quando você entende a proposta do filme, esse pormenor deixa de ser um problema. Olhando por outro prisma, a história é redonda, coesa, com aquele “começo, meio e fim” muito bem definido.

A sensação que passa é de estar vendo um grande episódio da série de TV com um orçamento monstro. Ao contrário do que eu li em algumas análises, não encaro isso como um aspecto ruim. Na verdade, é isso que faz o terceiro filme ser muito melhor do que o segundo. Tiraram tudo que era supérfluo e entregaram um produto que respeita os fãs antigos e pode agradar aos mais novos. As referências são bem encaixadas, o “fan service” é lindo e comovente.

Este é o longa mais solto dos três atuais. Ele faz as devidas homenagens à franquia, mas não fica preso à elas. Aquele momento de utopia da humanidade é retratado com maestria em pequenas e rápidas cenas. Não há explicação, também não precisa. Mas quem é fã antigo, percebe que está vendo na telona aquilo que Gene Roddenberry imaginou.

O diretor Justin Lin foi um ótimo acréscimo à franquia. Ele conseguiu implementar as suas excelentes e famosas cenas de ação trazidas de Velozes e Furiosos. Porém, novamente, respeitando o mito de cada personagem da série. Além disso, ele trouxe alguns ângulos de câmera e enquadramentos que deram um novo vigor para a narrativa. Não é melhor que J.J. Abrams, diretor dos dois primeiros filmes, é apenas diferente.

Star Trek Beyond

Tem um aspecto que me incomodou muito na última parte do filme, mas infelizmente não consigo pensar em uma maneira de relatar a cena sem soltar um spoiler. Por isso, vou apenas dizer que é uma irritante repetição de argumento narrativo. Assim que você assistir, vai entender.

O elenco está mais uma vez excelente em tela. Há uma dinâmica muito natural entre eles, mas eu não sei se Justin Lin conseguiu tirar todo o potencial de cada ator/atriz e seus personagens (estou pensando ainda nisso). O terceiro filme deixa um pouco de lado a relação entre Kirk e Spock, mais explorada nas produções anteriores, e dá uma carga maior aos diálogos entre Spock e o Doutor McCoy. Sem dúvida, são as cenas mais engraçadas do filme.

Star Trek: Sem Fronteiras é um filme que precisa ser visto. Talvez ele não seja aquela película memorável, mas vai te fazer rir e chorar e sair do cinema muito satisfeito se for um fã da franquia. Se você não está inserido neste universo, vai se divertir do mesmo jeito e nunca se sentirá perdido. O roteiro te pega na mão e te leva até o fim, mas sem te chamar de idiota.

Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

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