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Crítica: A forma da água

O filme tem uma direção brilhante, uma história única e muito corajosa

A forma da água é o filme que elevou o diretor Guilhermo del Toro para outro patamar dentro da indústria de Hollywood. Trata-se de uma competente fábula de amor sem limites, que também funciona perfeitamente como uma ode ao próprio cinema clássico. Entretanto, preciso dizer que não me empolguei na mesma proporção que a maioria da crítica.

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O filme tem uma direção brilhante, uma história única e muito corajosa. Mas tem algumas decisões de roteiros que me incomodaram. Na metade final do filme a protagonista se depara com um problema para resolver que não foi citado durante toda a primeira metade, e de repente passou a ser algo fundamental para ser resolvido. Se o filme simplesmente não tivesse este objeto em questão, a história andaria de forma muito mais fluida e coerente.

A forma da água

Todos os personagens estão muito bem apresentados, com a profundidade e a pureza necessária para cativar o público. Você se emociona junto com suas conquistas, e se entristece com seus revezes. Você realmente se importa com cada um deles. Sally Hawkins está fabulosa como a protagonista Elisa Esposito, uma pessoa doce e determinada. Richard Jenkins como Giles e Octavia Spencer como Zelda Fuller também estão perfeitos, e suas interações com Elisa, para mim, são sempre o ponto alto do filme.

O vilão Richard Strickland, ao contrário, é tão caricato quanto possível em uma fábula. Vivido pelo muito competente Michael Shannon, o personagem é nojento e asqueroso.

A forma da água é um filme com uma ternura incrível, mas peca por conter algumas cenas de extrema violência, que causa uma angústia desnecessária, e uma discrepância com a história que está sendo contada. Estes momentos quebram totalmente o encanto.

A forma da água

A escolha da trilha sonora foi um acerto estrondoso, em combinação perfeita com a época e o espírito geral dos personagens e da narrativa. Temos até uma pequena homenagem a Carmem Miranda, a Pequena Notável, que fez muito sucesso nos Estados Unidos entre as décadas de 40 e 50.

Em resumo, A forma da água ainda é um excelente filme, que precisa ser visto e eu recomendo, mas realmente não entendi todo esse hype em cima dele, nem as 13 indicações ao Oscar. Para mim, não ficaria entre os três melhores do ano. Entre os dez? Sim.

Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

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