PS4ReviewsXbox One

Review: Tom Clancy’s The Division

O game está disponível para PC, PS4 e Xbox One

Se eu pudesse definir Tom Clancy’s The Division em apenas uma palavra, ela seria “realismo”. É notável o trabalho que a Ubisoft fez em reconstruir uma Nova York dizimada por uma epidemia de vírus, nos pequenos detalhes, que nos contam uma história e ajuda a criar uma imersão sem precedentes na história dos games.

Veja também: Confira os requisitos para rodar The Division no PC

A Division é uma unidade de agentes super bem treinados que vivem como pessoas normais a vida toda, mas podem ser chamados à ação em momentos de extrema dificuldade. Neste caso, NY foi assolada por um vírus espalhado deliberadamente durante uma Black Friday, e matou a maior parte da população. As poucas que sobreviveram vivem em abrigos e deve tentar sobreviver em uma cidade que foi tomada por gangues.

A história do jogo Tom Clancy’s The Division começa para os jogadores quando a primeira onda de agentes da Division foi chamada para retomar a cidade e fracassou, muitos foram mortos e outros estão desaparecidos. O jogador cria um personagem que vai participar da segunda onda. Além de tentar acabar com os grupos de bandidos que dominam as ruas, ajudar a retomar os recursos básicos da cidade, os jogadores também terão a missão de descobrir o que aconteceu com a primeira onda.

The Division

Fiz questão de escrever este review somente depois de chegar ao nível 30, para passar uma experiência mais completa possível. Sim, o jogo é grande e tem muita coisa para ser feita. Todas as atividades estão divididas em quatro tipos: encontros, mais simples e rápidas, missões secundárias; missões, as que contam a história principal, e as incursões, sendo que esta última ainda não foi lançada e estará disponível em futura atualização gratuita.

O jogo é tão imersivo que você vai perder horas e horas sem ao menos perceber. Tudo colabora para isso, a começar pela ambientação. Cada elemento no cenário existe por algum motivo, ele conta uma história, como um cartaz que avisa aos refugiados que naquele local tem abrigo e comida, anúncios de produtos e partidas esportivas de uma Nova York ainda pujante, grafites e tudo mais.

Caminhando pela cidade, se prestar atenção, você verá os cachorros fazendo cocô no meio da rua, pombos brigando com ratos, pessoas brigando. Enfim, uma cidade viva e realista. Um trabalho realmente impressionante da Ubisoft.

Existe uma base geral, onde tudo está sendo planejado e feito para a retomada da cidade pelas autoridades federais. E faz parte das tarefas do personagem principal ajudar a melhorar os serviços, que estão divididos em três alas: tecnológica, segurança e saúde. Cada vez que um aspecto de uma dessas alas são melhoradas, o jogador desbloqueia mais uma habilidade.

Além desta base principal, existem outras “safe houses” que ajudam o jogador a fazer viagens rápidas entre os cantos de Nova York e libera mais missões secundárias. Todos esses locais possuem pessoas que estão realizando atividades aleatórias, civis chorando suas perdas, médicos assistindo os feridos e muitos outros NPCs comuns que ajudam a criar uma cidade ainda viva, realista e, mais uma vez, trabalha com louvor para a imersão.

É impressionante como a cidade é imensa e retrata com fidelidade os pontos principais da verdadeira Nova York, como Hell’s Kitchen, Times Square, Rio Hudson, entre outras localidades. Uma pena que tudo deve ser feito a pé, e quando ainda não se consegue fazer as viagens rápidas através dos abrigos, caminhar ou correr para as missões fica muito cansativo depois de um tempo de jogo.

The Division

Ah sim, além das ruas, ainda é possível andar livremente por dentro de alguns prédios, como delegacias de polícia, oficinais, lojas de roupas e escritórios comerciais. São nesses locais onde você poderá pegar peças de armas, ferramentas, tecidos e aparelhos, que são itens necessários para a criação de armas e equipamentos para o seu agente.

Falando sobre isso, The Division é muito complexo e apresenta muitas minúcias que precisam ser administradas. Todas as armas podem ser customizadas, com silenciadores, pentes maiores e miras. E cada um desses itens possuem suas características modificadoras, como acréscimo de precisão, dano maior, entre outros atributos. Os itens de proteção também podem ser modificados para dar mais saúde para o agente, por exemplo.

Além disso, como qualquer jogo de tiro normal em mundo aberto, é preciso ter cuidado para não deixar zerar o estoque de kit médicos, munição, granadas (que são de vários tipos) e tudo mais. Enfim, o jogo traz muitos itens para administrar e muitos detalhes para criar e modificar outros tantos. Para mim, isso não é um fator negativo. Pelo contrário, adoro este tipo de mecânica de jogo. Mas tenho certeza que pode afastar muitos jogadores que só querem apontar e atirar.

Review do game The Division

Aliás, administrar kit médicos dá um aspecto interessante ao jogo, que também ajuda bastante na imersão da história. Quando você detecta que um civil está com a saúde comprometida, você pode dar um kit médico para ele ser recompensado com pontos de experiência e um item, que geralmente é uma peça de roupa.

O grande problema, e que quebra a imersão de imediato, é que alguns civis te dão uma arma quando você o salva. Agora, eu pergunto: por que uma pessoa comum, desabrigada, andaria por aí com um rifle de grosso calibre? A Ubisoft poderia rever isso em futuras atualizações.

O clima em The Division dá um banho de realismo

Outro tópico que merece um destaque a parte é o clima. As mudanças entre o dia e a noite são muito sutis e você praticamente não percebe que isso está acontecendo. Alguns fatores, inclusive, podem até influenciar no gameplay, como quando começa uma nevasca onde fica impossível enxergar onde estão os inimigos. Fica realmente mais difícil jogar assim.

Além do aspecto de jogabilidade, The Division é tão realista que a nevasca também influencia na paisagem ao redor. Os carros e a roupa dos agentes ficam temporariamente cobertas por neve.

Sobre a Zona Cega (Dark Zone)

A Zona Cega seria uma espécie de PvP em The Division, mas com um aspecto diferente de outros jogos: também existem grupos de NPCs espalhados por esta área da cidade, também divididos por dificuldade. Aqui dentro, os jogadores conseguem ferir os outros, mas quem atira primeiro ganha a marca de traidor e isso dá aos outros o direito de caça-lo.

O mais importante de ser dito é que todo o gameplay dentro da Zona Cega foi criado para contar uma história (ou uma boa história foi criada para justificar a mecânica de jogo?). Neste local, os jogadores encontrarão os melhores itens do jogo, e este objetos estão contaminados por radiação. Portanto, elas são embaladas automaticamente em um recipiente adequado e só poder sair da Zona Cega através de um helicóptero.

Dark Zone

Só existem algumas poucas áreas onde você pode chamar este resgate, e quando você convoca o helicóptero, chama a atenção dos NPCs e outros jogadores, e isso deixa a situação muito tensa, pois se você morrer, (apenas) os itens conseguidos dentro da Zona Cega caem no chão e qualquer pessoa pode pegar.

Sobre a qualidade gráfica e a trilha sonora

É nítida a diferença da qualidade gráfica de Tom Clancy’s The Division entre o que foi apresentado durante a E3 e o jogo pronto. Muita gente reclamou disso, mas eu realmente não me importo, pois o jogo ainda está muito bonito, bem polido. A cidade está linda em seu caos retratado e os jogadores estão rico em detalhes e texturas. O clima, como já escrevi, está impecável.

A única coisa que realmente consigo apontar como um quesito fraco neste jogo é a sua trilha sonora. As músicas são extremamente repetitivas, insossas e não ajudam a criar um clima de tensão nas cenas chaves do jogo.

Agora, como eu disse no texto das primeiras impressões, a comparação feita com Destiny pela comunidade gamer é descabida. Nem mesmo acredito que haverá uma migração em massa de um jogo para o outro como alguns sites estão prevendo. São jogos com propostas bem parecidas, ambos são MMO para ser jogado em grupos e estimula o jogador a buscar armas cada vez mais poderosas, mas as semelhanças param por aí.

Tom Clancy’s The Division

Nota do crítico - 9

9

excelente

Jogo de mundo aberto surpreende pela qualidade dos detalhes técnicos e fator replay.

User Rating: Be the first one !

Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo