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Review: Never Alone

A trama do jogo acompanha uma menina chamada Nuna

Never Alone é um jogo independente com uma proposta social forte: apresentar a cultura do povo Iñupiaq, que vive no Alaska e é comumente chamado de esquimó. Mesclado aos desafios, está um documentário real dividido em 24 partes, que são liberadas de acordo com o avanço do jogador. Tudo isso com uma atmosfera que lembra jogos como Limbo, por exemplo.

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Aliás, jogos de plataforma com apelo atmosférico estão na moda, e não há nenhuma inovação neste título. Os maiores destaques aqui são, sem dúvida, seus personagens carismáticos e o acesso a uma cultura diferente do que estamos acostumados a ver.

Never Alone

Mais de 40 nativos participaram desta produção, não só dando depoimento para o referido documentário, mas trabalhando também em ilustrações e outras concepções visuais. Isso, com certeza, dá muito mais legitimidade à história que está sendo contada.

A trama do jogo acompanha uma menina chamada Nuna que deve sobreviver aos perigos do Alaska para reencontrar o seu povo. No caminho, ela tem a ajuda de uma raposa branca, que para mim, é o melhor personagem do jogo, pois é mais carismático e também mais habilidoso.

Entre um desafio e outro, Nuna encontra uma coruja que dá oportunidade para o jogador ver um vídeo contextualizado com o que está acontecendo no jogo naquele momento. Vídeos extras em videogame não é nenhuma novidade, mas em Never Alone eles ganham outra importância e podem ser acessados no meio da partida, e não escondidos em um menu que poucos iriam explorar.

Never Alone

O jogo apresenta gráficos com tom cartunesco, o que combina muito com a proposta apresentada. O frio do Alaska está muito bem representado, em uma paisagem rústica e opressora ao mesmo tempo. Assista o vídeo acima que você vai entender o que estou falando.

Os problemas neste quesito são as animações repetitivas quando algum dos dois personagens morre, e talvez a falta de uma preocupação maior com a qualidade final do produto. Neste caso, quando os personagens estão próximos da tela, dá para perceber facilmente uma distorção e um serrilhado que poderia ser facilmente evitado na geração atual.

Never Alone é todo narrado na língua dos nativos do Alaska, mas não se preocupe, pois ele possui legenda em português no jogo inteiro. O que pode parecer estranho aos nossos ouvidos, na verdade ajuda muito na imersão. Além disso, aquela atmosfera que já citei anteriormente, é valorizada com o belo trabalho sonoro deste jogo, tudo muito singelo.

Never Alone

Jogabilidade simples e natural

A jogabilidade é simples e aproveita bem os botões do controle, para uma experiência fácil e natural. Lembrando que o objetivo do jogo é divulgar a cultura dos nativos do Alaska, e não criar algo complicado. Entretanto, isso não quer dizer que Never Alone é fácil. Ele tem o seu nível de desafio, focado em resolver os puzzles para avançar nas fases.

Apesar de ser um jogo de plataforma descomplicado, ele possui alguns aspectos que podem deixar o jogador nervoso. Ao contrário do que estamos acostumados, a superfície do gelo não reage como nos outros jogos de plataforma que estamos acostumados. Deve ser pelo fato de ele se passar 100% nesse ambiente. Mesmo assim, é algo que merecia ajustes, pois escorregar um pouco tornaria o desafio maior.

Outro ponto importante que precisa ser destacado é a possibilidade de jogar duas pessoas localmente, com uma jogabilidade fantasticamente fluida. Enquanto uma pessoa controla a menina, a outra comanda o lobo. Juntos, devem combinar suas habilidades para superar os obstáculos. Aliás, este é um jogo que funciona muito melhor jogando em dupla do que sozinho.

Em algumas ocasiões, a mecânica do jogo para uma pessoa simplesmente não funciona e é frustrante. Em certo momento do jogo, é preciso alternar muito rapidamente entre Nuna e a raposa para que uma delas não morra. Mas isso não é um teste de habilidade, é uma jogabilidade que não foi bem empregada.

Ele é muito prazeroso de se jogar, mas é o típico jogo que não tem um “fator replay”. Uma vez que o jogador tenha terminado e visto todos os vídeos desbloqueados, não há mais porque voltar a jogá-lo. E talvez essa nem seja a verdadeira intenção. Mas, como já disse anteriormente, este é um jogo que se tornará muito mais interessante se for jogado com outra pessoa. Para entrar no clima, ligue o ar-condicionado no máximo.

Never Alone deve ser encarado como uma forma divertida de conhecer uma cultura que com certeza a maioria aqui nunca ouviu falar, além dos desenhos animados da infância. Como forma de educar adultos a tomar conhecimento de um povo praticamente invisível, Never Alone cumpre seu objetivo com louvor.

Never Alone

Nota do crítico - 7

7

bom

Jogo traz uma estética apurada para contar uma história cativante e abrir os olhos para todo um povo.

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Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

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