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Review: Assassin’s Creed Unity

Multiplayer inovador e profundidade da história são os destaques

Há muitos anos que não tenho vontade de voltar a jogar um game desta série, mas a oportunidade de visitar os personagens da Revolução Francesa, e andar pela Paris desta época, chamou a minha atenção para Assassin’s Creed Unity. O game tem erros e acertos, mas deixando a paixão de lado, ele ainda merece ser jogado. Entenda as razões lendo o review completo.

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Antes de começar o review, é preciso deixar claro que comecei a jogar o game depois que a Ubisoft liberou o patch que corrigiu os maiores bugs apresentados na ocasião do lançamento. Portanto, não seria justo que eu baixasse a nota por um problema que eu não sofri. Lembre-se, toda análise é uma experiência pessoal.

Concordo com a opinião que diz que, criar um “Assassin’s Creed” por ano pode ser um dos fatores para a queda na qualidade do produto final e para o suposto desinteresse do público em geral. Mas tenho que ressaltar que o argumento criado para justificar tantas histórias diferentes, é bem interessante. Aliás, o mesmo argumento pode ser adaptado para incluir viagens no tempo, e ainda manter tudo contextualizado, provando que a desculpa inicial ainda é forte. Desta forma, podemos conhecer a Paris de uma outra época, por exemplo, agregando mais ainda à experiência histórica do jogo.

Assassin's Creed Unity

Para quem não sabe do que eu estou falando, na mitologia da franquia Assassin’s Creed foi criada uma máquina pela empresa Abstergo, que permite, a quem quiser, presenciar e vivenciar esses assassinos do passado através do seu código genético. Assim, o “jogador” é convidado a viver essa experiência.

A história acontece em 1789, em Paris, durante a véspera da Revolução Francesa. Na trama, o jogador comanda Arno Dorian, um novato assassino que segue os passos do pai e entra para a liga com objetivo de vingar a sua morte. Desde sempre, Arno é apaixonado por Élise De La Serre sua irmã adotiva. Mas tudo se complica quando ele descobre que a família que o adotou tem grande influência na ordem templária, eternos inimigos dos assassinos.

Uma Paris gigante para explorar

A primeira coisa que chama atenção neste jogo é o enorme tamanho da cidade de Paris e a quantidade de pessoas comuns que estão passando pela rua, vivendo suas vidas. Dois aspectos que só os consoles da atual geração conseguem fazer. Até por isso, o PlayStation 3 e o Xbox 360 ficaram de fora. É realmente impressionante como a cidade está viva. O vídeo abaixo retrata bem o que estou querendo dizer.

A cidade não é só grandiosa pelas ruas e suas construções, mas também pela riqueza de detalhes dos ambientes internos. É inacreditável o número de pequenos elementos que compõem um luxuoso salão, ou o interior da Catedral de Notre Dame, por exemplo. Junta-se a isso a beleza dos raios do sol entrando pela janela. Realmente um trabalho primoroso.

A Ubisoft está de parabéns pelo trabalho de áudio de Assassin’s Creed Unity. Os diversos sons das ruas e as vozes, com muitas pessoas falando em francês, ajudaram a compor o ambiente que facilita a imersão. Só senti falta de uma trilha sonora marcante, ou minimamente interessante, para coroar os momentos de ápice da ação.

Modo Multiplayer inovador

Grande parte das missões da campanha principal pode ser jogada em modo cooperativo, e isso faz o multiplayer de Assassin’s Creed Unity realmente algo interessante. Nas sessões online que participei, fez a sincronização rapidamente e não apresentou lags ou qualquer problema que impedisse a jogatina. Pelo contrário, jogar com os amigos, seguindo a mesma missão, foi um momento bem divertido do gameplay.

Jogabilidade ainda irrita

A jogabilidade ainda é o fato que mais me irrita na série Assassin’s Creed, e mesmo após vários títulos sem jogar, volto à franquia e parece que pouca coisa mudou. Os movimentos de Arno estão bem suaves e com um repertório grande de golpes, é verdade. Mas os comandos ainda continuam confusos, com muitas opções que não funcionam de forma orgânica e não aproveitam bem o controle do Xbox One, onde joguei.

Mesmo após um bom tempo jogando, você ainda poderá se confundir e executar um movimento errado, seja saltando para o chão quando queria, na verdade, acessar uma corda, seja jogando uma bola de fumaça no lugar de um dardo, e por aí vai. Esta série definiu e consagrou uma nova mecânica de jogabilidade, que foi até imitada em Terra-média: Sombras de Mordor, mas acho que a Ubisoft pode pensar numa renovação neste quesito.

Assassin's Creed Unity

Uma coisa que não gosto nos jogos da Ubisoft é a quantidade de “side missions” sem sentido, que apenas existem como forma de estender o tempo de jogo. Por exemplo, qual o propósito de fazer o Arno resolver crimes que a polícia local não consegue solucionar? É algo fora de contexto e que não me estimulou de forma alguma a participar.

Por outro lado, surpreendeu a quantidade de armas e roupas disponíveis em Assassin’s Creed Unity. Para um jogo cujo o foco está na experiência cooperativa, é fundamental essa quantidade de opções, para que você e seus três amigos não fiquem todos iguais, pois isso seria bem ridículo.

Apesar dos glitches que já conhecemos, e da jogabilidade truncada, Assassin’s Creed Unity ainda é um jogo que vale a pena ser jogado, pela sua alta qualidade gráfica, um multiplayer que funciona muito bem e pelo momento histórico onde a trama de Arno é contada. Viver a Revolução Francesa nessa intensidade é obrigatório para quem gosta de história.

Assassin's Creed Unity

Nota do crítico - 7

7

bom

Apesar de um início ruim, jogo se recupera e mostra um capítulo interessante da saga.

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Pedro Cardoso

Carioca, jornalista e apaixonado por games, cinema e esporte. Jogo videogame desde o Atari.

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